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Por Gustavo Marinho Da Página do MST

Já animando os territórios para a chegada do carnaval, Sem Terra por todos os cantos do Brasil organizam blocos, festas e bailes com as marcas da cultura do carnaval de rua com muita criatividade, alegria e gritos de resistência.

Sejam nos assentamentos, nos acampamentos, nas escolas ou nos povoados e capitais, os festejos carnavalescos dão o ponta pé para as folias que se estendem até a quarta-feira de cinzas.

“O carnaval é um espaço de participação política importante que não podemos estar fora dele”, destacou Juliana Bonassa, do Coletivo de Cultura do MST. Segundo ela, é fundamental não deixar a manifestação popular virar uma mercadoria.

“Esse período, do carnaval e sua preparação, na história da humanidade, sempre teve uma característica contra-ordem. No caso do Brasil o carnaval vai se somar a outras diversas confraternizações, vinculadas à confraternização dos trabalhadores e trabalhadoras, criando uma relação muito forte com a política e com a denúncia desses sujeitos”, explicou Bonassa, referindo-se a história de surgimento do carnaval e seus desdobramentos no país.

Ainda de acordo com Juliana, “pular carnaval, com bastante conteúdo, festa, confraternizações, denúncia, ocupando as ruas como espaço fundamental das manifestações populares é uma ação que o conjunto dos movimentos devem fazer”.

Pautando a luta pela democracia, a liberdade de Lula e cobrando justiça por Marielle, as tradicionais marchinhas carnavalescas dão lugar às produções que agitam as bandeiras de luta dos camponeses e camponesas em festa nas folias populares.

"O Carnaval, como todas as esferas das relações sociais, não estão desvinculadas da vida real. Assim, quanto mais estão aguçadas as relações e os enfrentamentos políticos, esses elementos vão aparecer nas artes ou nos temas de debate gerais da sociedade... E o carnaval não fica de fora disso”, explicou. “Por isso preparar o carnaval, os blocos, as fantasias, os estandartes... Toda a parte estética desse momento de denúncia, precisam estar bem articuladas com o nosso conteúdo político”.

No Ceará, por exemplo, a Escola do Campo Maria Nazaré de Sousa já está organizando o Bloco da Diversidade, com baile à fantasia e apresentações culturais de todos os estudantes da escola. O Bloco vai ocorrer no próximo dia 28, na própria Escola, reunindo todas as famílias da comunidade pautando diversos temas que os estudantes vivenciam no cotidiano de sua formação, dentro e fora da escola.

Já em Sergipe, é no Acampamento Emília Maria, em São Cristôvão, que o Bloco “Ninguém Solta a Mão de Ninguém” vai animar a comunidade no próximo dia 24, reunindo as famílias acampadas durante todo o dia de celebração coletiva, reafirmando a unidade e resistência camponesa para os desafios da conjuntura.

“Manter a característica do carnaval como manifestação popular, democrático, participativo é um ato de resistência”, comentou Juliana.

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Prévias nos Armazéns do Campo

Ainda no clima das prévias de Carnaval, o Armazém do Campo em Belo Horizonte recebe cerca de 15 ensaios abertos dos blocos carnavalescos que vão animar as ruas da capital mineira.

Do dia 18 ao dia 28 de fevereiro, sempre a partir das 19 horas, o espaço de comercialização da produção dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária da região, recebe orquestras de frevo, batucadas, roda de samba e muito festejo, reunindo campo e cidade na festa do povo.

Já em São Paulo, o Armazém está recebendo ensaios de blocos durante todo o pré-carnaval

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